maio 31, 2011

O canto do Bem-te-ví


Todos os dias, por volta das cinco horas da manhã, acordo com um canto sonoro, belíssimo e estridente.
É um lindo e imponente bem-te-vi que vem á minha janela e, com seu belo canto vem avisar que o dia está raiando, então me levanto, abro só um pouquinho minha janela e lá está ele, peito amarelo estufado, o papo inflado e com a cabecinha em riste, põe-se a cantar anunciando um novo amanhecer.
Depois de sorrir para meu amiguinho, desço e preparo uma deliciosa xícara de café, que vou saborear ouvindo o mesmo som que há pouco me despertou.
E ele continua sem parar, não dá uma trégua sequer, não muda o ritmo nem o tom, é sempre igual, às vezes me parece que o som ficou mais agudo, o bem-te-vi quer que todos o ouçam.
O aroma delicioso do primeiro café da manhã vem ao encontro dos primeiros raios de sol e, como estamos em pleno verão, é um privilégio presenciar o amanhecer, com música e tudo.
Após esse deleite, é hora de preparar o desjejum da família, que logo estará fazendo tanto barulho quanto o bem-te-vi, peço desculpas a ele pela comparação.
Por volta das 6.15h. eu, a todo o vapor, saio para minha caminhada matinal, outro grande prazer. Nas ruas por onde caminho até chegar a uma praça toda arborizada, vou observando as árvores, tão diferentes umas das outras, cada uma com sua florada exuberante e com um colorido especial, e passo por uma casa onde no jardim há cactos. Outro dia qual não foi minha surpresa ao vê-los floridos, suas flores são de uma beleza ímpar.
Outros tantos pássaros estão cantando no alto dos postes e árvores, cada um quer concorrer com o outro, e eu sigo me regalando.
Também encontro, ao longo do caminho, pessoas que aproveitam para também levar seus cães para passear enquanto caminham, e novamente, fico encantada com tantas raças diferentes, um mais bonito que o outro, grandes, pequenos, pêlos rentes ou bem peludos, são obedientes e acompanham seus donos a cada passo, ficando ao lado deles como se fossem gente.
Como nos encontramos diariamente, eles não me estranham e eu aproveito para admirá-los.
Scot é o meu favorito, da raça Goldhen, só ele quer ser bonito e simpático, eu o cumprimento todos os dias, mas ele quase que me ignora, só tem olhos para seu dono, é muito fiel.
Na praça onde dou muitas voltas, entre as muitas árvores, uma em especial me chama a atenção, bem no seu alto há uma pequenina construção, lá mora o João de Barro, grande engenheiro é o João, a casa é perfeita e posso observar pela sua abertura uma curva, acho que vai dar em um dormitório.
Outros diversos pássaros ficam por ali, pretos, cinza, o sabiá laranjeira, com seu bico comprido e fino quase não voa, fica dando pulinhos, ele é grande e robusto e às vezes vejo uma revoada de pássaros maiores e canto diferente dos demais, são piados fortes e estridentes.
Assim vai terminando meu tempo e já é hora de voltar, mas é muito gratificante esse tempo que me dou, alem de trazer benefícios incríveis à minha saúde, me proporciona um contato com a natureza que ao longo do dia não tenho mais, e com os animais e as aves também.
Mas quem começa tudo de novo a cada amanhecer é o bem-te-vi, meu amiguinho simpático, o cantor que anuncia o amanhecer. (texto original por Cida Mascaro, criado em 23/01/06)

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by requeri/2011